Por Viviane Mosé
Que sociedade queremos, que valores? O que vamos reivindicar imediatamente? Podemos, por exemplo, começar do começo: que tipo de questão hoje é comum a todos os brasileiros? e aos Paulistas? e os cariocas? Se não é somente pela passagem, precisamos dizer o que buscamos, nossa indignação precisa virar texto. Sem isso, a luta fica contra o poder, as oligarquias, os grupos econômicos, e se dispersa, como aconteceu com o movimento Ocupe Wall Street, onde a policia também usou de violência, houve choque e tudo se dispersou. Hoje Obama invade as redes sociais e ninguém foi as ruas protestar.
O mesmo aconteceu com a Primavera Árabe. O Egito vive um momento muito difícil, falta luz duas vezes por dia, o desemprego aumentou, a inflação subiu, a economia se perdeu, a população esta à deriva. Afastar um presidente e colocar outro parece não ter sido a solução. Sem contar os países onde o conflito cresce a cada dia, com centenas de milhares de mortos e sem perspectiva de solução. Depois de algumas semanas na praça, o que fazer? Esta deve ser a pergunta.
O verdadeiro ganho politico é organizar-se para que, a cada desmando politico, possamos ir as ruas, não somente agora. O protesto deve ser constante, precisamos acompanhar o que acontece, precisamos participar. Pelo cumprimento da lei do ficha limpa, pela prisão dos mensaleiros condenados, pela saída de Renan Calheiros, pela segurança em São Paulo e Rio, pela descriminalização das drogas, contra a corrupção, ou por qualquer outra questão, precisamos sim protestar, sempre, com alvos, com texto. Protestar é mais do que ir pra rua indignado, protestar é também analisar, pensar, propor.
Não sou contra as manifestações, apenas alerto para que seja mais do que um grito, um desabafo, e que se transforme em um exercício diário de cidadania. Em nome de uma sociedade menos desigual, mais alegre e mais justa.
Crédito/fonte: Viviane Mosé – https://www.facebook.com/MoseViviane?hc_location=stream
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