DA SEDUTORA ARTE
Por Carlos Barros
Arte que explode, brilha, encanta, inspira. Inspiração que respira criações e criaturas. Arte cantada, escrita, pintada, esculpida, dançada. O corpo do artista atravessado pela sublime Arte. Órgãos dos sentidos inventando sentido. Corpo expressando a dionisíaca vontade de potência. Espirituosa Arte voadora. As sombras de tuas asas pairam sobre a inquietude da ciência explicativa.
Arte que toca espíritos intocáveis. Arte que transforma humanos em deusas e deuses. Profetas do presente. Intérpretes do futuro. Artistas imortais, eles estão entre nós. Abençoados pela genialidade. Amaldiçoados pela mediocridade. Torturados pelos instantes de abandono. Quando a criação adormece, a criatura arrefece.
A Vida contemplando a Arte de contemplar. Expressão não interpretada. Arte sem história, sem teoria, sem elucidação. Arte apreciada, observada, abstrata, sentida. Abstracionismo delirante explodindo em pinceladas. Diálogo das cores. Cores e formas impressionando expressionistas. A Vida real dos surrealistas olhando para o subterrâneo humano.
A morte subjugada pela Arte. Vida da Arte. Arte no devir. Eterna Arte esculpida por elementos que alimentam o corpo. Metais contorcidos, distorcidos, corrompidos. Metafísica e dialética por trás da pedra. Paixão e ódio ocultos no bronze. Arte que nasce da terra sem paraíso. Arte que abre dantescos portais. Os céus da imaginação plantados na alma do artista.
Os normais sem a Arte da loucura. Embriaguez do ser. Divina Arte sem Razão. Desrazão artística do louco. Adorável Arte sem a mentira das verdades absolutas. Amarga derrota do apolíneo racionalista. Homens da ciência. Homens do discurso científico. Homens inventados pela ordem do discurso. Homens sem caos. Homens que não beijam os lábios da Arte que beija. Sedutora Arte amoral. Orgástica excitação nos braços de Baco.
Por Carlos Barros
Saberes e Olhares
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Incrível. E o legal que vc brinca com a dualidade. Seu texto que n dejxa de ser arte, me seduziu…rsrsrs
Obrigado pelo carinho contido em suas palavras, Raquel. Que a Arte nos seduza sempre. Abraço carinhoso! Carlos Barros